Uma breve linha do tempo sobre a evolução do veículo de comunicação que unificou tradição oral e escrita
Máquina Rotativa de Jornais
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Da idade da Pedra ao fim da Idade Média
35.000 a.C
O
primórdio de todo veículo de comunicação que envolva escrita e oralidade começa
na Idade da Pedra. As Pinturas Rupestres não
são mera forma de arte "primitiva", mas representam a verdadeira
apreensão e entendimento do cotidiano
dos povos que viviam naquele contexto.
Representação
rupestre de animais
em Lascaux, França
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Os símbolos e
ilustrações enriqueciam as narrativas das reuniões periódicas em grupo e serviam
como forma de entretenimento e aprendizado para crianças e jovens sobre
atividades como caça e coleta.
Detalhe
do Cotidiano dos Nativos - Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí
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4.000 a.C
Até onde se sabe, os sumérios foram os
primeiros a desenvolver uma escrita fonética e registrá-la em barro. Com a
ajuda de um pedaço pontudo de madeira em forma de prisma, denominado cunha,
eram criados símbolos em tabuletas e vasos de argila.
Exemplo de escrita cuneiforme |
Esse tipo de escrita foi batizado pelos estudiosos de escrita cuneiforme e inspirou os primeiros registros de outras grandes civilizações, como os hieróglifos egípcios.
2.500 a.C
O Papiro é considerado o precursor
do papel. Os egípcios desenvolveram o papiro a partir da planta Cyperus papyrus. Da parte interna
de seu caule branco e esponjoso, os egípcios cortavam finas tiras e formavam
filetes que posteriormente passariam por um processo para perder seu açúcar, e,
depois de secas, colocavam-se sobrepostas e cruzadas para depois serem prensadas.
Filetes de papiro rústico e papiro |
Durante séculos, o papiro representou o material suporte à escrita mais prático, porém ainda não era tão acessível e precisava ser bem armazenado.
Ilustrações egípcias em papiro |
131-59 a.C
Foi no Império Romano que se tem notícia da primeira prática jornalística periódica
com o Acta Diurna, 131 a.C. Essa
publicação não utilizava um material de escrita tão inovador, já que as
mensagens eram gravadas em tábuas de pedra ou de bronze. No entanto, haviam Correspondentes Imperiais, que eram
pessoas designadas para levarem os blocos e mensagens a serem esculpidas e
fixada em praça pública. O conteúdo das
mensagens possuía uma finalidade
coletiva bem inovadora já que eram expostos informativos
militares, obituários, crônicas esportivas, homenagens e outros assuntos mais
populares como casamentos de nobres ou festivais. Isto sem dúvida, era bem
parecido com a função básica da imprensa contemporânea.
A mesa de bronze com dois decretos de Cneu
Pompeu Estrabão; o primeiro dos quais proporciona cidadania romana a vários
cavaleiros ibéricos
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Em 59 a.C, o Imperador Júlio César
criou um ramo de notificações conhecidos como Actas do Senado, que resumia as sessões da Augusta Assembleia, iniciando o que viria a ser a vertente política da imprensa.
Descrição de Júlio César, no museu do
Louvre. Escultor: Nicolas Coustou (1658–1733)59 a.C - Roma
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105-123 d.C - China
Apesar da invenção pelos
Egípcios, o papiro ainda apresentava muitas desvantagens como sua
fragilidade e fácil decomposição em contato com a umidade. A Invenção
do papel moderno, mais resistente
que o papiro, surgiu na China com o Ministro da Agricultura Ts'ai (Cai) Lun.
A folha de papel seria fabricada a partir da casca de Amoeira (Broussonetia papyrifera) e fibra de bambu por um processo químico artesanal que hoje conhecemos como kraft.
Representação artística de Ts'ai Lun, via Zardz Trading Cards |
A folha de papel seria fabricada a partir da casca de Amoeira (Broussonetia papyrifera) e fibra de bambu por um processo químico artesanal que hoje conhecemos como kraft.
Processo de Fabricação do Papel Primitivo - Antiga China
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200 d.C
O Dibao eram publicações
periódicas entregues pelos oficiais do Império Chinês. Há controvérsias quanto
a data de seu surgimento, que varia na faixa de tempo da dinastia Han (202 a.C -
220 d.C) e por isso ele pode ser tão antigo ou mais do que o Acta Diurna romano.
Se isto fosse confirmado, seria dele o prestígio da primeira prática
jornalística e de notícias em papel do mundo.
Representação ilustrativa do Dibao |
220 d.C
A
impressão por blocos de madeira
surgiu na China no final da dinastia Han e se popularizou amplamente pelo Leste
asiático durante a dinastia Tang (618-906 d.C). Seu princípio de uso era muito
semelhante ao método dos carimbos atuais.
Detalhe da precisão dos entalhes formando os símbolos |
O relevo dos símbolos e desenhos nas
peças eram esculpidos por entalhe.
Sobre tal relevo se aplicava a tinta, e os blocos de madeira, bem portáteis,
eram pressionados com cuidado ao material. Nesta época, era muito comum, além do papel, a
impressão
em tecidos.
As peças móveis de madeira na China podiam ter diversos tamanhos e geralmente serviam para ilustrar tecidos |
1450 d.C
A Máquina de Johannes Gutenberg possuía como inovação os Tipos Móveis Metálicos e não mais em
madeira, como os dos chineses, o que conferia grande durabilidade.
Contava
também com um sistema de prensa em
parafuso e, como base de impressão, a matriz
tipográfica. Tudo isto possibilitou grande agilidade no processo de cópias,
inclusive dando início a popularização da Bíblia
que começou a ser compilada em 1450.
Replica da máquina Prensa, em exposição Ecomuseu Municipal do Seixal |
Do Início da Idade Moderna até o Brasil
Contemporâneo
1808 d.C
1536 d.C
Desde a idade média já se distribuíam os Anúncios (Avvisi), uma espécie de boletim escrito à mão contendo ofertas de compra e venda, preços de mercadorias, datas de feiras e similares.
Distribuído pele República da Veneza, também haviam os Fogli Avvisi (folhas de Aviso) ou ainda “Notizie Scritte” (Notícias Escritas), que continham as notícias oficiais e eram vendidos por duas gazetas, nome popular da moeda local.
Representação das moedas Gazeta |
1605 d. C
O Relation (aller Fürnemmen und gedenckwürdigen Historien), foi o primeiro jornal europeu pois seguia justamente os critérios funcionais da publicidade, seriedade, periodicidade, realidade e também por uma série de assuntos atuais, publicados regularmente, e em intervalos curtos para se manter atualizado sobre as notícias ocorridas. O responsável por sua criação foi Johann Carolus.
Exemplar de 1609 do Relation aller Fürnemmen und gedenckwürdigen Historien |
1714
d. C
A
invenção de um primitivo dispositivo de escrever mecanicamente é atribuída a
Henri Mill em 1714, no entanto o italiano Pellegrino Turri introduziu, em 1808,
o sistema de Teclado. E, posteriormente o mecânico norte americano Carlos
Thuber criou um modelo aperfeiçoado, com maior rapidez de escrita (1843).
Outros nomes como os do norte-americano Burth, o inglês Jenkins, e o francês
Pogrin, colaboraram para o aperfeiçoamento da máquina e a partir de 1880, as
máquinas de escrever passaram a ser adotadas pelo mercado corporativo, em busca
da legitimação dos documentos comerciais que eram produzidos em todas as
transações.
Wagner Typewriter Co., New Jersey 1896 |
1808 d.C
A imprensa no Brasil nasce oficialmente no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1808,
com a criação da Impressão Régia,
hoje Imprensa Nacional, pelo príncipe-regente Dom João.
O Correio
Braziliense de Hipólito José da
Costa, apesar de ser escrito em Londres é considerado o primeiro jornal do
país.
Ainda em 1808, o Gazeta do Rio de Janeiro, foi o primeiro jornal a ser publicado e distribuído nas terras tupiniquins.
1880 d.C
Começa a se disseminar a fotografia na imprensa
a partir de 1880. Um dos trabalhos fundadores do fotojornalismo foi o de Jacob
Riis , que em 1880 fotografou as duras condições
de vida dos imigrantes em Nova York.
Jacob Riis |
Riis utilizou uma das novidades
tecnológicas de sua época para fotografar à noite, os flashes de magnésio.
Embora suas imagens tenham sido publicadas como gravuras, elas foram capazes de
causar um forte impacto sobre a opinião pública.
Foto tirada por Jacob Riis, que se popularizou em gravuras de livros e jornais da época |
1920
d.C
O jornal passa por uma leve
queda com a propagação do rádio. Mas isso leva as editorias a criarem novos
formatos e conteúdo, visando tornar o veículo mais atraente.
Atwater Kent foi uma das mais importantes fabricantes de rádios nos EUA. Sua cede era na Filadélfia |
A revista Popular Science
em 1939 fez uma previsão cômica sobre rádios imprimirem jornais.
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1930
d.C
Na Inglaterra começa a
popularização da televisão. A mídia impressa logo sofre outros ajustes para se
adaptar ao mercado. A partir desse período, se torna comum o fenômeno da
convergência de mídia analógicas.
1973 d.C
A chegada dos computadores marca o fim dos processos manuais e otimiza todas as formas de mídia, inclusive o impresso.
1964-1985 d.C
A censura promovida pelo Regime Militar marcou a perda de autonomia dos veículos de mídia impressa no país. A fiscalização estatal sobre os conteúdos de propaganda e notícia nada ajudaram ao combate contra ideologias coletivistas hostis à liberdade de mercado no período, que era o que supostamente se propunham a fazer os militares. Pelo contrário, os abusos e as práticas insensatas que se mostraram autoritárias, intensificaram as críticas ao regime, que passou a ser visto como uma Ditadura. Com o decorrer do tempo e a demora da entrega do poder dos Militares à democracia, prometida ainda nos primeiros anos de gestão, as críticas se intensificaram. Ao longo das décadas surgiam narrativas, relativizando os atentados terroristas e as Guerrilhas Armadas, cujos protagonistas passaram a ser vistos como heróis. O resultado foi a unipolarização do imaginário político dentro da imprensa e da academia universitária por anos, justamente pelas ideias que o regime militar inicialmente se propôs a combater. “O tiro saiu pela culatra”.
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